Chasm foi apresentado ao mundo pela primeira vez em 2012, mas seu protótipo não atraiu investidores. No ano seguinte, a Bit Kid levou o jogo para o financiamento coletivo e atingiu suas metas com grande velocidade. Até então, metroidvanias não eram lançados com tamanha frequência, e o jogo garantia um gameplay único a cada partida, já que apresentava um mapa único gerado a cada vez que se iniciava o jogo.
No total, Chasm esteve em desenvolvimento por seis anos, e no momento de seu lançamento o jogo já não parecia tão inovador assim, o que resultou em uma recepção bem dividida pela crítica.
Combate e navegação excepcionais. Mas o mapa…
Em Chasm, você controla um aspirante a cavaleiro que vai inspecionar uma série de desaparecimentos numa cidade minerária. Sua aventura na mina é única, uma vez que todo o calabouço é ordenado de uma forma diferente para cada jogador.
Seu combate é fortemente inspirado em Castlevania: Symphony of the Night e faz jus ao mesmo, sendo bem responsivo de dinâmico. O jogo apresenta inimigos variados e é muito bem equilibrado entre as suas sequências de plataforma e as de sequências de combate.
Seu maior pecado é ser tão tímido e contido no design do mapa. Essa característica torna os mapas pouco memoráveis e genéricos, mas é um custo para que a geração procedural encaixe os mapas de forma orgânica e funcional.
Chasm ainda apresenta todas as características de navegação de um típico metroidvania, mesmo com a geração procedural. Existem obstáculos espalhados pelo mapa, transponíveis apenas com upgrades de movimento obtidos após as lutas com os chefes. O jogo ainda favorece o backtrack (revisitar áreas antigas do mapa usando habilidades novas), mas seu layout de mapa não apresenta isso de uma forma tão intuitiva.
Expostos os pontos fortes e fracos dessa forma, resta uma pergunta:
E essas mudanças compensam?
Chasm está longe de ser a Experiência Definitiva em Metroidvania. A geração procedural automatizada pelo computador acaba por oferecer uma navegação funcional, mas com muito pouco “espírito”.
Ainda assim, não deixe que essas falhas lhe cortem a maior diversão do jogo. Tenha em mente que seu combate é finamente calibrado, e as mecânicas de movimentação do jogo são bem satisfatórias.
A alma que falta na conjuntura dos mapas transborda na arte visual, harmônica e detalhada. Os visuais do jogo são de uma fineza incrível, em que cada pixel se encontra exatamente onde deveria, garantindo um visual polido e confortável que em momento algum ofusca suas vistas com ruídos ou partículas. Tudo isso harmonizado por uma música suave e convidativa, Chasm é uma experiência confortável para um jogo descompromissado.
Veredito:
Prós:
- Arte muito bem polida;
- Combate gratificante;
- Navegação rápida e precisa.
Contras:
- Retornar a áreas já exploradas pode ser um pouco confuso;
- Cenários podem se tornar cansativos ou desinteressantes.
Conclusão:
Chasm é um produto muito refinado, em que cada uma das suas partes foi construída prezando pelo máximo de polidez. As mecânicas procedurais, assinatura do jogo, podem ser sua maior fraqueza, mas o título ainda oferece qualidades demais para ser manchado por isso.
Notas
Gameplay: 8,5
Visual: 10
Continuidade: 5
Nota final: 8