Por causa de altos níveis de radiação, afirmou o governo japonês neste sábado que a área em torno da usina nuclear de Fukushima podem ficar inabitáveis por décadas.

 

O Japão enfrenta o desafio que é descontaminar o entorno da usina, que ainda emite baixos níveis de radiação quase seis meses depois do terremoto e tsunami que causaram o derretimento nuclear.
 

Neste sábado aconteceu um encontro com autoridades locais e o governo estimou que serão necessários mais de 20 anos para que moradores possam voltar com segurança para áreas com níveis atuais de radiação de 200 mSv (milésimos de Sievert) por ano. Para áreas com leituras de 100 mSv, serão necessários dez anos de espera.
 

As estimativas, que confirmam o que muitos especialistas vêm dizendo há meses, baseiam-se no natural declínio da radiação ao longo do tempo e não considera o impacto de trabalhos de descontaminação, como a retirada de solo afetado.
 

O governo japonês anunciou medidas nesta semana com o objetivo de reduzir a radiação em dois anos, mas, nos pontos eque a leitura é muito alta, pode demorar atingir muito mais os níveis de segurança.
 

O primeiro-ministro Naoto Kan disse, ao governador de Fukushima, Yuhei Sato, segundo a mídia local.'Eu não posso negar a possibilidade de que demore muito para que as pessoas voltem para as regiões', Kan apresentou renúncia na sexta-feira em meio a intensas críticas de como lidou com a crise nuclear.
 

Foi proibida a aproximação da usina da usina de Fukushima, localizada a 240 quilômetros de Tóquio, num raio de 20 quilômetros. Cerca de 80 mil pessoas foram retiradas da região desde 11 de março, quando houve o terremoto e tsunami causado pelo fenômeno. Muitas pessoas têm morado em barracas ou em casas temporárias.
 

O anúncio do governo segue a divulgação, nesta semana, de radiação em 35 pontos da zona de evacuação acima da marca de segurança do governo 20 mSv por ano. A leitura mais alta foi de 508 mSv, na cidade de Okuma, a cerca de 3 quilômetros da usina.