Aviso: o artigo a seguir sobre Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis contém spoilers.

Olá! Nesta semana eu e a Vicky iremos falar nossas impressões sobre um filme que saiu ano passado e que só agora tivemos tempo de analisar, então vem conosco conhecer essa história!

Sinopse

Em Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis, acompanhamos a história de Shang-Chi (Simu Liu), um jovem chinês que foi criado por seu pai em reclusão para que pudesse focar totalmente em ser um mestre de artes marciais. Entretanto, quando ele tem a chance de entrar em contato com o resto do mundo pela primeira vez, logo percebe que seu pai não é o humanitário que dizia ser, vendo-se obrigado a se rebelar e traçar o seu próprio caminho. Elenco: Simu Liu, Tony Chiu-Wai Leung, Awkwafina, Ben Kingsley, Meng’er Zhang, Fala Chen

Haydaru

No 25º filme do universo Marvel, somos apresentados ao primeiro herói de origem asiática – protagonista de seu próprio longa-metragem – nos trazendo um filme recheado de representatividade e elementos históricos mesclados com fantasia, o que, combinados, o torna um do melhores filmes que já vi.

Vicky

Com um elenco majoritariamente asiático, o filme Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis nos traz sequências de luta, história, comédia e respeito pela mitologia chinesa, tendo arrecadado US$ 432,2 milhões de bilheteria ,o que é impressionante para um filme da Marvel que não recebeu muita promoção em comparação com seus filmes anteriores.

Se situando em áreas urbanas, arranha-céus e paisagens rurais, o filme começa com a história da família e a infância do personagem principal, Shang-Chi (Simu Liu), que inicialmente se chama Shaun. Quando se torna adulto, Shang-Chi é forçado a encarar seu complicado relacionamento com seu pai e aceitar seu destino como governante dos Dez Anéis, objetos antigos que dão ao usuário um poder incrível e imortalidade. Junto a Shang-Chi em sua aventura está sua melhor amiga Katy, que é interpretada por Awkwafina.

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Shang-Chi é, essencialmente, uma história sobre família e como os pais em luto podem empurrar seus traumas para seus filhos. O pai de Shang é interpretado por Tony Leung Chiu-wai que vive o papel de Wenwu, o homem cuja identidade o Mandarim, de Ben Kingsley, havia se apropriado no Homem de Ferro 3 e que tem guiado a história de maneira silenciosa por milhares de anos – graças ao poder e à imortalidade concedidos a ele por dez anéis mágicos.

Nos anos 90, Wenwu conheceu Jiang Li (Fala Chen), se apaixonou e teve dois filhos: Shang-Chi e Xialing (Meng’er Zhang). Quando conhecemos Shang-Chi, ele está afastado de sua família e morando em San Francisco, feliz por ter uma existência tranquila juntamente com a melhor amiga de infância, Katy (Awkwafina), mas logo isso vai mudar.

Vicky

As sequências de luta no filme foram supervisionadas por Andy Cheng e o falecido Brad Allan, dois dos colaboradores próximos de Jackie Chan e parte de sua equipe de dublês mundialmente famosa, e são muito boas de assistir, embora obviamente o filme tenha sua parcela de CGI. Porém um grande adendo que quero ressaltar é a fidelidade à tradição wǔxiá, que é um gênero originado na literatura fantástica chinesa no qual os heróis especialistas em artes marciais as usam quase como mágica, desafiando a gravidade. É um gênero extremamente popular, encontrado em inúmeras obras da cultura pop da China, se espalhando para o mundo inteiro.

Os atores são colocados em contraluz, há um acompanhamento dos golpes e se extrai o máximo dos diferentes estilos de luta, que se encaixam com as personalidades e históricos de cada personagem, criando um excelente artifício visual narrativo. O trabalho de designer de produção merece ser exaltado pelos seus detalhes, e a inclusão de uma criatura da mitologia chinesa incrementa essa produção, trazendo elementos diferentes do que vemos em outros filmes de super-heróis, ao mesmo tempo que mantém os elementos que fazem o MCU ter um grande sucesso.

Haydaru

É muito difícil eu gostar de um protagonista em qualquer obra, pois sempre são muito clichês ou caricatos. Não é o caso de Shang-Chi, um ótimo personagem, muito carismático e talentoso: juntamente com Katy, traz comedia na medida certa e muita ação com cenas, incríveis em todo o filme. O filme é recheado de efeitos especiais, porém com a qualidade Disney, que é indiscutível. As cenas de luta são fabulosas e com ótimas coreografias, muito bem ensaiadas e fluidas, muitas vezes usando verdadeiros rituais da cultura chinesa, o que torna tudo muito melhor e agradável de assistir. Tendo inspirações em longas como O Tigre e o Dragão, Ip Man, entre outros, o filme procura sair do básico e nos brinda com muito dinamismo visual.

Vicky

Ao ler boa parte das críticas de qualquer obra, percebemos um comentário bastante repetitivo sobre a utilização de clichês, em que a maioria defende que, se um filme se utiliza de clichês, logo ele é ruim, não é original etc. Na minha opinião, não vejo dessa forma: se algo é um clichê, é porque tem funcionado em variadas narrativas. Então já adianto que, se você é uma pessoa que defende que clichê é a pior coisa que um filme tem, Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis não vai te agradar, pois, de modo geral, ele segue, sim, a fórmula estabelecida em todos os títulos anteriores do estúdio (mesmo trazendo novidades).

Ouso dizer que os melhores momentos do filme são os que a história é completamente fantasiosa, cheia de exageros e dramas. Quando o filme tenta imitar a realidade, como uma forma de se conectar com o espectador, não é tão atrativo para mim. Outro ponto que ao meu ver é negativo é o que acontece na batalha final: não quero dar spoilers, mas, após uma luta inicial, que é bem emocionante, temos outra batalha, envolvendo monstros gigantes que não se encaixam com os demais elementos fantasiosos do filme, parecendo ser uma sequência deslocada, de tudo que foi apresentado até aquele momento. Tirando isso, eu recomendo fortemente que você assista e tire suas conclusões.

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Algo rotineiro nesses tipos de filme é que o terceiro ato se resume a muito CGI, o que acaba sendo previsível e repetitivo, e acho que os efeitos de computador podiam ter sido mais bem trabalhados. A trilha sonora do filme é uma coisa incrível, com tema oriental, e boa parte dela tocou no meu ponto fraco, pois adoro esses elementos em filmes – principalmente durante flashbacks e cenas com mais ação, o que dá o toque especial necessário para uma boa obra.

Tenho que admitir que não gostei muito de como são usados os dez anéis, porém isso não tira nem um pouco o mérito do filme, pois é só minha opinião. Tirando isso, o filme para mim é absurdamente bom em todos os aspectos, o que é esperado da Marvel, que nunca decepciona.

Vicky

Falando a respeito da parte musical, temos Joel P. West como compositor da trilha sonora original. Além das faixas criadas pelo músico, a soundtrack conta também com canções lançadas especialmente para o filme por artistas notáveis do cenário musical. O primeiro single que foi divulgado foi Lazy Susan, cantado pelo rapper britânico 21 Savage, os indonésios naturalizados chineses Rich Brian e Warren Hue e o chinês Masiwei, e que vocês podem conferir agora

A soundtrack completa está disponível a seguir, assim como também o trailer oficial de Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis.

Haydaru

Em resumo: o filme é maravilhoso e recomendo muito a todos que ainda não viram correr para assistir, pois tem todos os elementos que o tornam uma obra fantástica: trilha sonora absurda, paleta de cores incrível, elementos históricos, efeitos especiais, personagens carismáticos, tudo isso com a qualidade Marvel e Disney.

Ficha técnica

• Título original: Shang-Chi and the Legend of the Ten Rings
• Duração: 132 minutos
• Ano de produção: 2021
• Estreia: 3 de setembro de 2021
• Distribuidora: Walt Disney Studios Motion Pictures
• Dirigido por: Destin Daniel Cretton
• Orçamento: US$ 150–200 milhões
• Classificação: 12 anos
• Gênero: ação, aventura, fantasia
• Países de origem: EUA, Austrália