Olá, galera. Vamos dar prosseguimento nessa lista de posts especiais comentando o que saiu de melhor e pior quando o assunto é música na cena Pop asiática. Nessa terceira e penúltima parte, confiram ai os meus dois centavos a respeito das músicas soltas por atos solo…

1) Essa é uma coluna estritamente opinativa;

2) Opinar =/= atacar. Eu gostar ou não do que o seu idol lança não significa atacá-lo, atacar os fãs ou qualquer uma dessas besteiras;

3) Concordou? Discordou? Me achou lindo? Achou tudo uma idiotice? Coloque seus argumentos ali na caixa de comentários. Todos que respeitam opiniões e estão abertos a debates são bem-vindos.

Sinceramente, queria ter gostado mais desse debut solo da Jéssica. Por sua saída inesperada e muito mal explicada do Girls’ Generation, pelo tanto que falaram mal dela e, enfim, por ela realmente ter sido uma das minhas favoritas dentro do grupo. O problema é que essas faixas motivacionais, para que funcionem comigo, precisam de mais elementos que só esse Pop basicão proposto em Fly. A letra é lindíssima, o MV está espetacular, mas o instrumental não engrena em parte alguma e o pior é que o mesmo problema apareceu no follow-up

Love Me The Same é uma baladinha que tem no piano o seu maior fio condutor, mas que também não tem tanto punch ou momentos que a tornem memoráveis. Uma pena, pois baladas bem planejadas podem ficar tão boas quanto essa aqui…

A Dami Im é uma coreana que se mudou com a família para a Austrália quando criança. Há uns anos, ela participou de uma edição do The X-Factor de lá, ficando razoavelmente conhecida na Oceania e na Europa. Sound Of Silence foi a faixa representante da Austrália no Eurovision desse ano e, embora eu não veja sentido algum do país participar numa competição europeia, temos aqui uma das melhores baladas desse ano. Elementos tribais na track, um refrão que explode enlouquecidamente, uma ponte insana e maravilhosamente dramática.

Enfim, coisas pouco vistas no K-Pop atualmente, mas que seriam ótimas para dar uma balançada no estilo, que ainda deve muito em relação a ballads. Quer dizer, comparem com essa que a menina do Apink soltou em seu debut solo e entendam o que quero dizer…

Em Hopefully Sky falta diferenciação entre as partes da canção. É tudo na mesma levada, tudo pasteurizado demais, arrastado. A faixa chega ao fim e nem notamos, pois não há ápice algum.

Agora, acelerando as coisas, mas só um pouquinho, teve também aquele comeback daquela menina bonitinha do K-Pop Star

Essa so-so pega referências do R&B dos anos 90 que eu tanto adoro. O MV está legal, a interpretação vocal está boa, há uma série de pegadinhas na construção da faixa, com pausas e diferenças de andamento bem colocadas, que deixam tudo mais divertido.

Falando em K-Pop Star

My Star é uma faixa legal nos moldes do que a Lee Hi vem apresentando desde que foi contratada pela YG Entertainment. Porém, sei lá, comparando com outros singles dela, tipo 1.2.3.4, It’s Over e Rose, essa acaba perdendo um pouco do brilho, parecendo mais uma repetição pouco inspirada dela mesma. O pior é que todo o mais recente álbum dela está assim. Até o feat. com a gatinha do AKMU chamou mais a minha atenção.

Opa, aproveitando esse gancho devidamente planejado…

Deu a louca no papa YG e ele resolveu tirar todo mundo (menos o 2NE1) do porão. Bom pra nós, pois o AKMU voltou com trabalho novo, tendo dois lead singles pra ele: o Soulful/Pop acima, que tá com um MV divertidinho deles tentando resolver um mistério lá, e How People Move, um Pop bem diferente e mais uptempo do que eles traem habitualmente…

Novamente, o MV é um diferencial, além dos ótimos vocais dos irmãos.

Eu poderia fazer um conectivo comparando os bons vocais dos irmãos do AKMU com a falta de fôlego do J.Y. Park para cantar, mas essas tiradas estão ficando muito trabalhosas e cafonas, tipo o… J.Y. Park. Eu sei que Still Alive não é para ser levada a sério, também sei que zoar o público coreano hipócrita que completamente ignora cantores de mais idade e fora do padrão de beleza habitual é REALMENTE engraçado, mas a faixa apenas me soa como chata. Felizmente, ele se redimiu dias depois…

AI SIM, POHA! Fire tem bem mais pulso, é bem melhor montada e toscamente mais divertida. O Pop/Rock oitentista, cheio de teclados totalmente casou com a proposta zoeira do Conan O’Brien. Fora que o MV eles, o cara daquela série chata de zumbis que todos insistem em assistir só para parecerem legais, o Twice e as Wonder Girls tocando, zoando a indústria do K-Pop e seus fãs, é uma das merdas mais maravilhosas que assisti esse ano.

Continuando, a Heize, gostosa do Unpretty Rapstar, se juntou com um cara qualquer lá para a versão 2016 de American Boy, da Estelle com o Kanye West. E essa Shut Up & Groove ficou boa pra cacete, se querem saber. Levada quase toda por sintetizadores retrô bem elegantes e batidas trap, fica meio difícil não tê-la na cabeça depois da primeira ouvida.

Também no clima R&B/Pop/Timbaland/2000, a Hoody soltou sua Ciara interior na ótima Like You. A soma de versos rápidos, refrão mais melódico e batidas mais intensas em midtempo é extremamente característica desse estilo adotado pelo mainstream americano na década passada, o que já a torna diferente de quase todos na cena coreana atual, que focaram seus esforços na música eletrônica das décadas de 80 e 90…

O JongHyun, do SHINee, por exemplo, resolveu buscar referências do Garage House que grupos faziam nos anos 90, mas acrescentando alguns ícones de Funk e R&B aqui e ali…

Já a Amber, do F(x), também se inspirou nesse período musical, mas numa vibe mais lounge music depressiva nessa Need to Feel Needed. Teve também uma balada bastante competente antes disso, a emotiva On My Own

E eu gostei dessas três faixas acima. Porém, não tem como negar que o grande destaque entre solistas foi para outras duas gostosas da SM Entertainment

Olha, eu nunca tive nem ai para a Tiffany. Sempre a vi como uma aleatória qualquer no Girls’ Generation e o TTS, mas, p*ta que o pariu, quem poderia imaginar que essa imagem melancólica sob Synthpop dos anos 80 iria colar tão bem com ela?

Heartbreak Hotel tem toda a “cafonice” adorável da época, com sintetizadores acompanhados de guitarras distorcidas maravilhosas, me lembrando o que de melhor atos que estão naquele limiar entre o sério e o datado, tipo Laura Branigan, Bonnie Tyler ou Roxette, poderiam lançar.

E se Heartbreak Hotel me remete a esse lado do Pop oitentista, I Just Wanna Dance me leva direto à tias rebolando, como Kylie Minogue, Paula Abdul e Madonna

Meu Zeus, que troço maravilhoso. É o tipo de faixa que me imagino escutando no tocador de fitas de um conversível, viajando pelo deserto, usando uma jaqueta jeans e óculos escuros, enquanto minha namorada psicopata assalta todos os postos de gasolina no caminho, servindo de engate perfeito para algum roteiro de filme do Terrence Malick

A outra gostosa que chamou atenção com seu solo inusitado foi a Luna, também do F(x).

Enquanto a Tiffany adquiriu uma aura mais soturna com o electropop dos anos oitenta, Lunão surgiu à 220 volts, colocando todos para esfregar a raba no chão com Free Somebody, um dos destaques de 2016 até aqui, com verdadeiras chances de levar a primeira colocação na minha já habitual lista de fim de ano. Não há erros aqui. A melodia que não cai em momento nenhum, o instrumental eletrônico que passeia entre o House e o EDM, mas ainda soando Pop e retrô, o videoclipe hipnotizante mesclando cenas de dança dela, a interação com o cara lá no elevador, uma fotografia cheia de luzes coloridas, neon, fumaça e fucking animações psicodélicas. O momento onde ela e o cara “entram” no desenho é de explodir a cabeça tamanha a quebra de parede. Fora que a voz da Luna é foda, alcança boas notas, mas, em momento nenhum, soa histriônica ou cansativa.

Ponto pra ela, ponto pros diretores do clipe, pros produtores da faixa e pra SM Entertainment, que num daqueles SM Station, resolveram lançar um selo eletrônico para a gravadora e juntaram a Luna e a Amber com R3hab em outro destaque desses últimos meses, Wave

TUTS, TUTS, TUTS, TUTS, TUTS…

E foi isso ai, gente. Na próxima, vou comentar alguns dos lançamentos japas desses últimos meses. 

Um abraço ao melhor estilo anos oitenta.