Olá, pessoas que comem sushi com pauzinhos. Vocês conseguem? Pois eu não, sempre passo vergonha no meio dos hipsters.

Seguindo nossa épica temporada de listas de fim de ano, vamos ao que rolou de melhor nos lançamentos musicais lá da Terra do Sol Nascente. Acreditem, a cena Pop japa nos trouxe várias pérolas sublimes este ano, indo de loucuras eletrônicas, covers de sucessos otakus e criaturas revivendo os anos 80, até influências brasileiras escancaradas.

Preparados?

#20) Maison Book Girl – Bath Room

Amo o fato de existirem artistas tão estranhos no Japão. Não estranhos de uma forma ruim, mas estranhos de maneira que nos façam dar uma olhada melhor no que deveria ser ou não “Pop” no que consumimos. Essas meninas vieram com um álbum bem bacana e, nesse single, mostraram uma mescla de instrumentos reais com sonoridades que parecem ter saídas de brinquedos.

O clipe bizarro com elas sacodindo no meio do mato apenas eleva o nível da experiência tensa como um todo…

 

#19) Tofubeats – POSITIVE feat. Dream Ami

O álbum do Tofubeats veio repleto de faixas que traziam esse sonoridade que mistura o eletrônico-futurista com o funk setentista, com certeza influência do Daft Punk. A minha favorita deles foi essa parceria com a Ami, do E-Girls.

A voz adocicada dela casou perfeitamente com a proposta agitadinha da canção. Destaque também para o MV com vários pés dançantes, que é divertidamente delicioso de assistir…

 

#18) Shiggy Jr. – Summer Time Love

A mistura de sintetizadores eletrônicos com Funk dos anos 70 foi algo que esteve em alta no oriente esse ano. Uma das melhores faixas nessa pegada foi a dessa banda.

É uma delícia Pop, com ótimos versos e um refrão bem divertido…

 

#17) YUN*CHI – Catch You, Catch Me

É claro que o fato de eu ser ridiculamente fã de Sakura Card Captors e essa versão com sintetizadores lembrando os anos 80 ser uma coisa que a Tomoko Kawase fazia muito bem com a Tommy February6 há uns anos influenciaram para que esse cover estivesse nessa lista.

E a YUN*CHI é divertida…

 

#16) Passe Pied –つくり囃子

Continuo sem ter ideia de o que o nome dessa música quer dizer, já que não acho tradução em lugar nenhum. Isso que dá ser fã de coisas japonesas, né?

Enfim, mais uma mistura de Rock com Eletrônico bem barulhento parecendo a trilha introdutória de um jogo de RPG pra Super Nintendo que o Passe Pied faz de maneira excepcional. O break no meio da faixa é uma maravilha..

 

#15) Momoiro Clover Z – Yumeno Ukiyoni Saitemina (feat. KISS)

O Momoiro é daqueles grupos que a gente nunca sabe se deve levar a sério ou não, visto que a fórmula delas de imergirem tanto nas temáticas com cosplays e animações, as vezes, não dá tão certo. Que bom que isso não aconteceu com essa delícia aqui em parceria com a banda KISS.

Essa porra, propositalmente, parece a abertura de qualquer Tokusatsu maravilhoso que já tenhamos assistido, sendo pesada e suja na medida e contendo vários elementos do cancioneiro folclórico japa. Além disso, o videoclipe a la Cavaleiros do Zodíaco é uma atração à parte… 

 

#14) Daoko – ShibuyaK

Um dos álbuns mais elogiados de 2015 no aqui no Ocidente foi o Emotion, da Carly Rae Jepsen. Alguns veículos adoraram ela ter buscado na sonoridade dos anos 80 todos aqueles efeitos eletrônicos que lembram trilhas de filmes policiais e ficções científicas. No Japão, quem fez isso de maneira ainda mais eficaz foi a Daoko.

Tudo nesse single ficou tão caricato que, definitivamente, colou…

 

#13) FAKY – Afterglow

Esse é aquele tipo de música que caso estivesse nas mãos de algum artista mais conhecido internacionalmente, poderia estourar. Parece Girls Aloud. É tão brit-pop que quase não casa com as demais faixas dessa lista, exceto por ser quase toda cantada em japa.

Fica aí mais uma girl band para nosso radar…

 

#12) Lady Baby – Nippon Manju

Lady Baby é uma ideia tão tosca, mas tão tosca, que deu certo. Um cara australiano gigantesco e todo peludo ao lado de duas menininhas cantando Heavy Metal com vídeos patrocinados por uma loja de fantasias.

Nippon Manju é tão sensacional em seu arranjo instrumental e na maneira que é interpretada pelo trio que dá até pra relevar o fato da letra ser um mantra para que as pessoas comprem produtos japoneses…

Japão melhor lugar de todos!

 

#11) Natsume Mito – 8-bits boy

A dona da franja mais assustadora do Oriente entregou a melhor OST de filme do ano – pena que foi para Pixels. Pena também que o Oscar irá ignorar completamente sua existência.

Eito bito boy é maravilhosa, pegando toda a temática de videogames e mergulhando fundo…

 

#10) AOA – Oh Boy

ChoA, Jimin e minhas demais namoradas resolveram lançar material inédito no Japão para promover o lançamento de seu primeiro álbum por lá. Assustadoramente, essa é a melhor faixa desde o seu debut.

Como eu disse quando mostrei aqui essa canção pela primeira vez, é ótimo ver que o AOA está evoluindo de um grupo onde gostamos apenas por todas as integrantes serem gostosinhas e estar se tornando uma banda realmente competente quando o assunto é música…

 

#9) Ulfuls –ロッキン50肩ブギウギックリ腰

Outra puta faixa que eu, incompetente, não consegui encontrar a tradução em lugar nenhum.

O Ulfuls também lançou um ótimo álbum esse ano repleto de maravilhas desse Rock/Ska com Pop que os japinhas adoram. Essa aqui foi a minha favorita. Atenção redobrada para o clipe toscovilhoso…

 

#8) Kyary Pamyu Pamyu – Mondai Girl

Já passamos daquela fase de discutir se o que a Kyary faz é sério ou não, né? Pois bem, esse single maravilhoso com um sample que parece ter sido tirado do Final Fantasy, ou Chrono Tigger, ou Zelda, tanto faz, é espetacular.

Além disso, o MV com realidade virtual e deuses e triângulos e dança tosca e repórteres e nudismo e cosplay da Astronema não poderia ser feito por mais ninguém nessa galáxia…

 

#7) Sheena Ringo – Kamisama, Hotokesama

A Sheena Ringo foi um dos meus atos orientais favoritos desse ano e essa música ajudou muito nisso.

É um Pop/Rock com vários elementos tradicionais japoneses, com ela cantando pra cacete, solos de guitarra e flauta, além das partes gritadas pelo cara lá, tudo muito ótimo. Fora o videoclipe cheio de elementos religiosos nipônicos montado de uma maneira doentia. E esse final com todos os instrumentos enlouquecendo? Puta que pariu… 

 

#6) Young Juvenile Youth – Animation

Essa cabeça virando pra lá e pra cá foi um dos meus vícios em 2015. Que vídeo sensacional!

E, claro, a música consegue ser tão boa quanto a proposta visual, visto que ela vai crescendo e tornando mais complicada – e estranha – conforme os segundos passam. Por isso sempre digo que a cena eletrônica do Japão é uma das melhores do mundo…

 

#5) E-Girls – Dance Dance Dance

Sempre gostei do estilo “Kawaai” das produções do E-Girls, com faixas mais adocicadas e videoclipes bem coloridos e felizes. Entretanto, confesso que nunca me empolguei tanto com uma faixa delas quanto foi com Dance Dance Dance.

É bem diferente do que elas fazem normalmente e até penso que se enquadraria mais em alguma de suas sub-unidades, mas isso é só querer procurar pelo em ovo, né? Essa foi uma das maravilhas do ano, além de ter sido um dos refrãos que mais repeti aleatoriamente no dia a dia…

 

#4) Crayon Pop – Ra Ri Ru Re

Se tem um grupo coreano que consegue soar perfeitamente japonês é o Crayon Pop.

Ra Ri Ru Re é a primeira inédita delas por lá e chama atenção tanto pela música em si, grudenta, Pop, estranha, lembrando jogos da Atari, quanto pelo MV, em que elas intercalam dezenas de cenas com a coreografia feita em vários pontos e posições do cenário…

 

#3) Namie Amuro – Golden Touch

A Namie Amuro lançou muita coisa nos últimos 12 meses e a minha faixa favorita, não só do mais recente álbum dela, como de toda a sua discografia, foi Golden Touch. Sério, que canção gostosa.

O arranjo mesclando os teclados com instrumentos de maneira mais suingada, a performance vocal dela, os versos grudentos, o refrão explosivo, a ideia de ficar com o dedo no monitor enquanto as coisas acontecem no vídeo como se realmente tivéssemos o toque de Midas. Me faz pensar como ainda não tinham feito isso antes…

 

#2) Yumi Shizukuya – All My Life

Uma das minhas faixas Pop favoritas.

All My Life é uma mescla finíssima de R&B com House que poucos artistas conseguem atingir. Ela vai se dividindo em várias camadas ao longo dos versos, mas que, de alguma forma, vão se somando e, BOOM, explodem num refrão enlouquecedor que chega como se ninguém esperasse. Pena quase ninguém ter prestado atenção nela esse ano, visto a quantidade vergonhosa de views que isso tem no YouTube…

 

#1) Sheena Ringo – Nagaku Mijikai Matsuri

O que esperar de alguém de fora cantando aquele tipo de Samba/Jazz feito como trilha para representar o Brasil em filmes gringos onde o Rio de Janeiro, a Amazônia e a Bahia ficam um do lado do outro, exagerando no auto-tune pra que a voz fique mais robótica que a de um Vocaloid? Bom, a Sheena Ringo conseguiu nisso a minha faixa favorita de 2015.

Essa Nagaku Mijikai Matsuri é tão empolgante que é quase impossível que o seu corpo fique indiferente enquanto ela toca. Ela começa pequena, mas vai evoluindo até chegar no refrão, só para mudar de direção nos versos seguintes e partir prum batuque violento e, depois, voltar a explodir e, novamente, desacelerar numa Bossa Nova jazzística excelente que leva até um final épico.

Duvidam? Confiram ela com o apoio visual desse vídeo, onde uma japinha psicopata prende o namorado numa banheira, tortura ele e sai para dançar numa balada brasileira. A vontade que dá é fazer tipo ela no final, se requebrando toda no meio do matagal…

E é isso ai que rolou de melhor no cenário japonês. Caso não tenham visto, já saiu a lista com os melhores álbuns de 2015. Amanhã já devo postar o icônico top 30 do K-Pop que, provavelmente, vai causar muita discórdia.

Até lá! 😉