Embora todos aqui devam gostar de mangás e animes, poucos devem saber diferencia-los! O Gekigá é definido como o estilo mais maduro do mangá, voltado para um público mais “amadurecido ou adulto”, sendo um estilo que pode retratar tanto temas reais quanto fictícios.
 

Origem
 

Logo após a 2ª Guerra Mundial, os japoneses enfrentavam a miséria pós-guerra, enquanto o país aos poucos ia começando a reconstrução. Veio então à necessidade de uma leitura de baixo custo, e por isso surgiram os "Kashihonya", que funcionavam como as bibliotecas-circulantes aqui no Ocidente, mas mais elaborados, trabalhando inclusive com fanzines. Sem limitações que seriam obviamente impostas pelas editoras, os desenhistas apenas procuravam agradar seu público, que na maioria eram pessoas adultas, procurando desenhar de modo mais clássico, menos cartunístico, e desenvolvendo histórias cujos enredos dramáticos pareciam-se mais com os de filmes e novelas. Assim surgiram os gekiga modernos.
 

O mangá teve sua origem histórias de entretenimento de característica cômica. O Gekigá remonta de origens históricas igualmente antigas, porém, como o próprio nome indica se tratam de histórias dramáticas e sérias. Tais histórias eram contadas por meio de desenhos e diálogos que constituíram uma diversão popular desde a Era Edo (1603~1867).
 

Características do Gekigá
 

Como exposto anteriormente tanto o Gekigá quanto o mangás tiveram origens em produções artísticas que se popularizaram e acabaram gerando esses dois tipos de arte sequencial Japonesa. Porém, é válido lembrar que dentro da pintura japonesa o pintor de gravuras de estilo Ukyo-e (pinturas feitas em cima de papel arroz) Hokusai intitulou uma série de desenhos de sua autoria e que eram de caráter humorístico de Mangá. Em compensação o termo Gekigá foi cunhado pelo uso comum quando se referiam a desenhos mais sérios ou com temas mais nobres dentro da pintura.
 


 

Certas características do Gekigá refletem esse caráter mais sério e sóbrio. Em geral, não há  personagens de olhos grandes ou uma caracterização estilizada dos traços físicos. Tudo isso reflete que tais publicações visam um público adulto usando uma linguagem menos infantilizada que se reflete no modo como o produto é apresentado. Em geral, ele também, envolve roteiros mais plausíveis e menos fantasiosos.
 

Dos gekigás abaixo tive a oportunidade de ler, Sanctuary, Vagabond, Lady Snoow Blood e Blade, a lâmina do imortal. Destes preferi Sanctuary, LSB e Blade, primeiro por ser ligado a máfia ou vingança, sendo que de Sanctuary li apenas o primeiro volume que um amigo me emprestou.
 

Abaixo segue uma lista de mangás gekigá.
 

A Lenda de Kamui, de Sanpei Shirato;
Ashita No Joe, De Tetsuya Chiba;
Kozure Okami (Lobo Solitário), de Kazuo Koike e Goseki Kojima;
Vagabond, de Takehiko Inoue;
Golgo 13, de Takao Saito;
Monster, de Naoki Urasawa;
Mai – Garota Sensitiva, de Kazuya Kudou e Ryoichi Ikegami;
Sanctuary, de Sho Fumimura e Ryoichi Ikegami;
Akira, de Katsuhiro Otomo;
Crying Freeman, Kazuo Koike e Ryoichi Ikegami;
Heat, de Yoshiyuki Okamura e Ryoichi Ikegami;
Hokuto no Ken, de Buronson e Tetsuo Hara;
Blade, a lâmina do imortal, de Hiroaki Samura;
 
 
Nota: Sho Fumimura e Buronson são pseudônimos de Yoshiyuki Okamura.