Tuzi, da Lua, diz: Olá, jovens gafanhotos! Hoje retorno trazendo a segunda parte deste conto tão lindo! Vamos acompanhar o desfecho da história de Bái Suzhēn!

(…) Então, dezoito anos depois, um auspicioso Qīngmíng jié (festival Qīngmíng) aconteceu.

A lenda da Cobra Branca

Bái Suzhēn e Xiǎo Qīng voltaram à forma humana para acompanhar os mortais durante o festival Qīngmíng. Depois de apreciar o cuidado deles para com os ancestrais, ambas retornaram pela ponte. Em seus passos havia certa urgência, pois uma fina chuva começava a cair sobre o lugar.

Xǔxiān, agora um jovem adulto, caminhava a passos atrás de ambas as jovens e deu a elas o guarda-chuva que carregava. Apenas por esse ato, o destino novamente os enredou. Bái Suzhēn reconheceu o jovem a sua frente como o jovem garoto causador de sua boa sorte.

Após este encontro, muitos outros aconteceram, até que em certo momento, Bái Suzhēn e Xǔxiān perceberam-se apaixonados e casaram-se. Eles mudaram-se para uma vila próxima a Hángzhōu, e ali Bái Suzhēn abriu, junto com Xiǎo Qīng, uma pequena loja de ervas e medicamentos.

Neste meio tempo, a tartaruga que habita o lago conseguiu alcançar o nível de cultivo suficiente para assumir uma forma humana. Sendo assim, ele escondeu-se atrás da imagem de um monge budista e, assumindo o nome de Fǎ Hǎi, a tartaruga planejou uma forma de vingar-se de Bái Suzhēn.

Acumulando muitos anos de ressentimento, a tartaruga decidiu separar Bái Suzhēn de Xǔxiān. Por conta disso, esperou até o Duānwǔ jié, um festival que acontece durante o quinto mês do ano lunar.

Com seu disfarce de monge, Fǎ Hǎi conseguiu se aproximar de Xǔxiān e o convenceu a fazer sua esposa beber Xiónghuáng Jiǔ, uma bebida a base de vinho amarelo e realgar.

Como Xiónghuáng Jiǔ é uma bebida comumente consumida no festival de Duānwǔ, Xǔxiān não suspeitou e entregou a Bái Suzhēn para que ela bebesse.

Bái Suzhēn, que também não suspeitou nem perguntou do que se tratava a bebida, a tomou. Infelizmente, realgar é um repelente de cobras, e Bái Suzhēn, ao tomar o vinho, teve seu poder suprimido e voltou a sua forma original, uma imensa cobra branca.

Como transformou-se diante do marido, Bái Suzhēn deu a Xǔxiān um imenso susto; como resultado, o mortal desmaiou pendendo-se em um estágio de semimorte. Bái Suzhēn, então, parte para o Monte Éméi, em busca de uma erva especial capaz de restaurar a vida de Xǔxiān.

Bái Suzhēn deixa Xǔxiān aos cuidados de Xiǎo Qīng e parte enfrentando muitos perigos em sua jornada. Quando volta, ela consegue através da erva mágica trazer Xǔxiān a vida novamente.

Xǔxiān resolve conversar com sua esposa. Ele diz aceitar sua identidade sobrenatural, pois a ama muito e não se importa com o que ela originalmente era.

Fǎ Hǎi, descobrindo que seu plano falhou, novamente tenta vingar-se de Bái Suzhēn, dessa vez aprisionando Xǔxiān no Templo Jīnshān. Após descobrir quem é Fǎ Hǎi e suas motivações contra ela, Bái Suzhēn, acompanhada de Xiǎo Qīng, sai em busca de Xǔxiān e acaba lutando contra a tartaruga.

Durante a luta, ela usa seus poderes e, sendo capaz de controlar a água, ela inunda o templo, sem se importar com quem está ali dentro. Porém, Bái Suzhēn está grávida de Xǔxiān, portanto seus poderes fogem de seu controle e na inundação ela não consegue salvar Xǔxiān da forte correnteza.

No entanto, Xǔxiān consegue salvar-se sozinho. Fugindo da correnteza e do templo, ele parte em busca de sua esposa e, após um tempo, a encontra novamente em Hángzhōu. Bái Suzhēn, após a batalha encontra-se fraca; seu corpo, então, começa a entrar em trabalho de parto por conta de sua perda de energia.

Amparada por Xǔxiān e Xiǎo Qīng, ela dá a luz a Xǔ Mèngjiáo. Após o parto, Fǎ Hǎi novamente a encontra, e, em seu estado enfraquecido, Bái Suzhēn acaba sendo capturada.

Xǔxiān repreendeu-se por ser um mortal sem poderes e carrega o filho para longe enquanto Xiǎo Qīng promete a ele que irá libertar Bái Suzhēn e vingar-se de Fǎ Hǎi.

Vinte anos depois, Xǔ Mèngjiáo e Xǔxiān voltam para Hángzhōu, o filho tendo passado no exame imperial e desejando ajudar a encontrar a mãe. Xiǎo Qīng, que cultivou e refinou seus poderes durante os vinte anos, resolve, com o apoio de ambos, ir até Léifēng Tǎ, no templo Jīnshān, e enfrentar Fǎ Hǎi.

Enquanto Xiǎo Qīng e Fǎ Hǎi lutam, Xǔxiān e Xǔ Mèngjiáo se esgueiraram pelo templo e resgatam Bái Suzhēn, que estava em forma de cobra por ter seus poderes suprimidos pela tartaruga.

Enfim, vendo-se liberta, Bái Suzhēn retorna a sua forma humana e libera seu poder sobre Fǎ Hǎi. A tartaruga, então, vendo sua vida correr perigo, foge, escondendo-se onde nenhum ser jamais poderia encontrá-lo.

Já Bái Suzhēn retorna a seu lar, com sua família e amiga, tornando-se imensamente grata aos três por arriscarem-se a salvá-la.

Considerações do conto

Além dessa versão, há muitas outras. O conto em si sofreu mudanças conforme as dinastias também mudaram. Podemos encontrar versões em que Bái Suzhēn é um espírito maligno que enfeitiçou Xǔxiān e outra em que Xiǎo Qīng junta-se a Fǎ Hǎi contra Bái Suzhēn.

Há também uma versão, muito conhecida, em que tanto Bái Suzhēn quanto Xǔxiān são imortais banidos do céu por terem se apaixonado. Dessa forma, ambos reencarnam em suas versões — humana e cobra —, e então todo este conto acontece.

Tuzi, da Lua, diz: Independente de qual versão for, este ainda é um belo conto, espero que vocês tenham apreciado, jovens gafanhotos! Agora, aventurem-se pelas matérias da J-Hero e não se esqueçam de acompanhar a programação da Rádio J-Hero! Esta que é sempre do seu jeito, do seu gosto!