É espantoso o quanto superestimam o 2NE1. Em um cenário atual de Pop coreano onde nomes femininos como SNSD, 9MUSES e Lee Hyori imperam usando de boa música acompanhada de uma presença de palco bacana, videoclipes bem bolados e um carisma inimaginável, esse quarteto de apenas um hit – a bobagem chamada I Am The Best – realmente pensa que pode se destacar com o mínimo de credibilidade necessária para qualquer artista.

Elas são bonitas e divertidas? Com certeza! Mas em sua discografia não apresentam nada de proveitoso. Até mesmo o singles bacaninhas soltos no ano passado, incluindo o feat. com o canastrão do Will.I.Am, não mostram evolução alguma na carreira das jovens, que são pintadas pela sua gravadora como “moderninhas”.

Só que isso em nada se reflete no som do recém-lançado álbum CRUSH, muito pelo contrário…

Fica evidente na faixa que dá título e inicia o trabalho o esforço para buscarem efeitos eletrônicos que poderiam agradar desde uma galera mais baladeira até um público mais indie. Mas não colou, visto o resultado final brega que mais parece algum remix das faixas contidas na trilha sonora da novela O Clone.

Outro eminente fracasso foi o que fizeram com a faixa Comeback Home, que será trabalhada como single. A performance vocal é até bacana e o clima inicial é com uma sonorização reggae, mas o acréscimo de sintetizadores dançantes e um dubstep confuso mais deixou-a como um mid-tempo horroroso. E tudo fica pior na soma de batidas descompassadas a lá Diplo e uma mudança brusca de andamento em Gotta Be You. Deus me livre…

Um sopro de esperança para que o álbum saia do profundo estado de vergonha alheia são as bonitas baladas If I Were You e Good To You, sendo a primeira acrescida de um arranjo eletrônico bacana e a próxima dotada de uma interpretação açucarada bastante proveitosa para o que se pede, inclusive nos versos de Hip Hop ao final.

Mas não são grande coisa, garanto que os próprios fãs as apagarão da memória em alguns meses. Assim como o apelo R&B em Baby I Miss You, que provavelmente não irá pra frente, tamanha a falta de criatividade.

O solo da rapper CL em MTBD deveria ser um dos pontos altos do CD, mas é tão ruim, mas tão ruim, que chega a ser patético. É somente a junção de estilos teoricamente contemporâneos que servem para abalar na pista de dança, assim como na INSUPORTÁVEL tentativa de seguir a linha do tão horrível quanto LMAFO na grotesca Scream.

Dado um certo trecho da canção, quase resolvi abdicar dessa coluna e vender pastéis de frango na feira, tamanho o meu desconforto. Mas ainda não será dessa vez.

Happy tem um segmento marcial e se torna agradável e para cima com o bom refrão e as guitarras ao fundo. Porém, a bateria eletrônica extremamente irritante a tira todo o brilhantismo. Estão entendendo que esse álbum foi mal produzido, né?

Isso fica descarado na versão acústica da já citada Comeback Home, com um acompanhamento brilhante de violões, violinos e cielo nas vozes do grupo, deixando toda a faixa com um clima mais “depressivo” e íntimo, o que foi BRILHANTE.

Ai eu pergunto: Pra que desperdiçar o talento em tentativas frustradas de parecerem futuristas e “It” se são em produções menos sujas e mais orgânicas que o grupo realmente se sai bem?

Vai entender…