Com a explosão de Shingeki No Kyojin ano passado, outros potenciais animes foram apontados como possíveis substitutos para a ocupação da vaga deixada pela história de titãs na temporada que veio logo após. Nessa lista está Coppelion.

Com 13 episódios lançados, o enredo se mostrou bem estável e seguro, dando espaço para, inclusive, bons arcos nesse curto espaço de tempo. Usando como tema os resultados pós um acidente nuclear, pelo mesmo teve sua produção original adiada em respeito aos acontecimentos com a usina de Fukushima.

Simplificando, a história ocorre em 2036, 20 anos após o tal acidente, que ocorreu em Tóquio. O lugar se torna uma cidade fantasma, pois fora evacuado graças as grandes quantidades de radiação que circulam naquele ar. Para poder lidar com a situação, foram criados Coppelions, que são seres humanos clonados geneticamente modificados para aguentarem habitar essas áreas.

Essas “bonecas” foram treinadas desde crianças pelo exército nipônico, agora são usadas para missões de resgate, limpeza e mais outros impossíveis para homens normais. Nesse contexto estão as personagens Ibara, Aoi e Taeko. Estudantes em excursão escolar, fazem parte da equipe de socorro. Portanto, habitam aquela área em busca de humanos remanescentes.

O que há de melhor?

Toda a história e os conflitos políticos por trás da criação e uso dos Coppelions é o que mais salta aos olhos de forma positiva. O autor Tomonori Inoue conseguiu focar bem o drama que ocorre por baixo dos panos quando o assunto é militarismo e exibição de poder internacional.

É fácil se transportar para aquela situação e pensar sobre o que faria caso nessa posição, inclusive pelas metáforas usadas no bonito encerramento a cada fim de episódio, mostrando a boneca na cadeira. Lidar com experiências cientificas envolvendo pessoas é sempre polêmico, principalmente pelo realismo e a verossimilhança nesse Seinen.

Outra coisa que me agradou foi a diferente fotografia da animação. Optar por usar menos luzes e criar um clima mais soturno e misterioso nos momentos necessários o tornaram bem mais interessante de assistir. E mesmo que por vezes os traços bruscos de contorno façam com que os mais detalhistas arranquem os cabelos, acho que isso casou-se bem no contexto.

O que há de pior?

Sem sombra de dúvidas, os personagens. Salvando-se apenas a heroína principal, que insiste em manter-se inocente a tudo o que ocorre e optando em usar seus poderes para o bel prazer do exército, não se deixando ceder as tentações e dificuldades.

Já o resto, bom, é isso mesmo, o resto. Todos os outros acabam sendo cópias vazias de outros estereótipos, mesmo as angustiantes vilãs. Ibara é o único arquétipo.

Por fim, Coppelion não é uma animação ruim. Deve ser assistida e apreciada, mas é perfeitamente compreensível a falta de sucesso em se memetizar nessa temporada. Há um gostinho de quero mais e uma boa deixa para uma futura temporada, mas nesse momento, é apenas mais uma em uma lista.