Há um grande problema dentro do meio do K-Pop: a falta de grupos masculinos que realmente ofereçam música boa. Sim, essa é a verdade. Ao pararmos para comparar as dezenas de boys bands existentes por lá, é extremamente difícil encontrar alguma que apresente um trabalho musical no mínimo aceitável em vez de apenas fan service para agradar meninas e meninos com corpinhos sarados, rostos bem maquiados e cortes de cabelos “modernos”.

Dentre os mais “respeitáveis” nessa – seja isso bom ou ruim – estão os caras do Super Junior. Funcionando como uma versão masculina do Girls’ Generation, esses meninos talvez tenham a maior, e mais enfurecida, fã-base de um grupo coreano na internet. Esta, sofreu com o intervalo de tempo dado desde o último trabalho deles até esse. Só que, infelizmente, tal demora não resultou em algo tão grandioso quanto o esperado dos interpretes de Bonamana.

Com um conceito “Velho Oeste” na imagem, a pretensa proposta sonora era recapitular, ou mesmo emular, a musicalidade daquela época, não de forma literal, mas em pequenas nuances que nos fizessem lembrá-la. Isso talvez até tenha funcionado com gostosíssima Mamacita – que dá nome ao álbum –, que soma essas lembranças no instrumental rico, mas ainda com um balanço bem contemporâneo e uma postura vocal livre dos irritantes floreios e malabares vocais que eles insistem em trazer nas faixas.

E se não há uma aura vintage nas duas seguintes faixas, Midnight Blues e Evanesce, isso em nada faz falta, visto a incrível construção sonora eletrônica que mescla R&B com Urban Music, que por si só já animariam uma festa inteira.

Só que é depois disso é que começa o problema. Nada mais se salva, fazendo da audição desse disco uma das coisas mais entediantes que vivi nesses últimos tempos.

Raining Spell é uma dessas faixas de R&B moderno ao estilo Chris Brown e Usher extremamente óbvias e parecidas com umas outras 50 já existentes. Já Shirt, This is Love e Mid-Season cometem o mesmo erro de semelhança com outras, só que em relação a ElectroPops de alegrias sonoras plásticas e fúteis.

E se é para comparar mesmo, Too Many Beautiful Girls me soa mais como uma faixa descartada pelo One Direction (!!!), para ver a gravidade da situação.

Let’s Dance até se salvaria pelas referências Disco Music, mas se torna enjoativa por conta dos exageros vocais colocados. Ainda mais exagerada e água com açúcar/mela cueca é a horrorosa balada que encerra o CD, Islands. Apenas um erro a mais em meio a tantos outros.

Enfim, essa é a prova de que nem todo artista da música com uma imensidão de fãs é realmente bom ou competente ao mostrar serviço. Se não acreditam, confiram o álbum na íntegra logo abaixo e tirem suas próprias conclusões – mas não digam que eu não avisei. Abraços.

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