CLAMP é um grupo de mangakás formado exclusivamente por mulheres e existe desde meados de 1980. Nos primórdios, era conhecido como Clamp Cluster.

Foi composto por onze artistas, ainda estudantes, que desenvolviam dōjinshis (mangás independentes), mas que começaram a criar trabalhos originais por volta de 1987. O primeiro mangá original do grupo a ser publicado foi RG Veda em 1989, e, naquela época, o grupo inicial de artistas havia se reduzido para sete membros. Após a saída de outras três mangakás em 1993, restaram as quatro mulheres que lideram e mantêm o CLAMP até hoje: Nanase Ohkawa, Mokona Apapa, Tsubaki Nekoi e Satsuki Igarashi.

Olhando para esta foto, posso imaginar o quanto elas amam o que fazem! Obrigado, CLAMP 🥰

As quatro dividem um espaço de trabalho e juntas criam os diversos universos em que suas histórias se passam. Ohkawa é a pessoa do grupo responsável por conversar com a mídia, além de agir como diretora, produtora e criadora de storyboard. Mokona é quem cria o design principal das personagens, enquanto Igarashi e Nekoi ilustram os cenários — mas essa divisão de trabalho acaba não se transformando em regra, visto que as artistas costumam intercalar suas funções e trocar ideias umas com as outras.

As desenhistas tentam se manter fiéis às ideias iniciais de Ohkawa, e a dinâmica dessas quatro companheiras tem feitos trabalhos incríveis com o passar dos anos. A “sintonia” é tanta que elas não trabalham com assistentes, pois, segundo as próprias, alguém de fora não conseguiria acompanhar a dinâmica que conseguiram desenvolver e aperfeiçoar durante os quase 30 anos em que trabalham juntas (uauuuuu 😍).

Inicialmente, RG Veda foi proposta para ser uma história com capítulos curtos a serem publicados de maneira seriada na revista japonesa Wings, mas o sucesso de vendas fez com que os editores pedissem mais histórias para as garotas do CLAMP, alongando a trama e aumentando o sucesso de seu primeiro trabalho original.

A partir de então, o grupo viu a demanda por originais crescer, e diversas revistas, como Nakayoshi, Kōbunsha e Newtype passaram a publicar os novos títulos do grupo. No Brasil, o primeiro trabalho do CLAMP a ser publicado foi Sakura Card Captors, em 2001, e o sucesso foi tanto que em 2012 a Editora JBC relançou o mangá em formato especial. Das 28 obras do grupo, 17 já foram lançadas no país, tais como: Guerreiras Mágicas de Rayearth, Chobits, X e Tsubasa: Reservoir Chronicle, só para citar algumas (inclusive este mês vou compartilhar com vocês alguns mangás deste fantástico grupo).

Chobits: o amor que vai além da razão. Uma estória romântica entre um rapaz e sua persocom.

Gente, este artigo contém spoilers, tá?

Simplesmente linda!

Neste exato momento em que escrevo este artigo, estamos em 2021, ano em que a tecnologia atinge níveis (até então) jamais alcançados. Vemos nos dias atuais máquinas executando tarefas que antes apenas o ser humano era capaz de fazer, e isso se aplica em coisas básicas em nossas vidas como saúde, segurança e educação. A tecnologia sempre vai estar presente no nosso mundo, e o que dizer do nosso querido smartphone (vulgo celular 😜) — qual ser humano neste imenso lugar consegue viver sem essa pequena criatura? Praticamente toda nossa vida está armazenada nas nuvens. 😁

E o que Chobits tem a ver com isto, Fábio? Tudo (bom… quase tudo😅).

A história se baseia no grande avanço tecnológico que foi capaz de criar robôs muito parecidos visualmente com seres humanos. Há uma crítica muito forte ao individualismo que a sociedade passou a viver devido ao avanço da tecnologia, ao ponto de substituir a companhia de seres reais por estes modelos programados. O personagem principal da história se chama Hideki Motosuwa, um jovem que se muda para Tóquio com a finalidade de conseguir entrar na Universidade de Tóquio.

Nada melhor como um belo abraço da pessoa… ops, da persocom que você ama 😍

Numa bela noite, após um dia cansativo de trabalho, ele encontra uma persocom muita bonita no lixo. Talvez você se pergunte: o que é persocom? Vou te explicar!

Persocom é uma abreviação alternativa para personal computer (o bom e velho PC). São robôs de “estimação” no universo de Chobits. Possuem versões de bolso ou tamanho adulto, e embora na série também mostre alguns no tamanho de crianças, estes são encontrados em menor numero. Através deles, é possível acessar a internet, ler e mandar e-mails, realizar tarefas domésticas e muito mais, dependendo apenas do modelo e da programação instalada no robô. Existem neste mundo vários softwares específicos para cada atividade, e caso o usuário não instale nenhum, é possível ativar a função aprendizado, em que todas as tarefas devem ser ensinadas passo a passo para que sejam memorizadas. Embora seja possível realizar várias funções com estes computadores humanoides, a maior parte da população os utiliza apenas como companhia.

Chi e Sumomo

Voltando para aquela bela noite… Hideki Motosuwa encontra a persocom Chi jogada no lixo. Ele a leva para casa e descobre que todos os dados foram apagados; a belíssima robô não possui nenhuma programação sequer e consegue apenas se movimentar e falar “chi”, e é por isso que recebe este nome. E é assim que começam as pesquisas para desvendar os mistérios dessa persocom “abandonada”, e o desenrolar da história… você só vai saber se ler o mangá 😛 (caso você já saiba, por favor, não conte a ninguém 😉).

Chobits teve duas publicações. A sua primeira foi no ano de 2003 pela editora JBC no formato meio tankōbon (papel jornal) com um total de 16 volumes. A segunda reimpressão foi no ano de 2015, já no formato original como foi no Japão, com o papel offset e apenas oito volumes. Alguns volumes você pode encontrar na Amazon (olha o jabá aí 😎).

Já o anime, de 26 episódios, foi produzido pela Madhouse, conhecida por muitos otakus devido a muitos títulos que fez.


Ufa! Muito conteúdo neste artigo! vou tentar ser mais breve nos próximos, tá? 😉

Galera, até a próxima semana!