Vivemos em um mundo onde o consumo por novidades é cada vez mais dinâmico. Uma frase de efeito dita por qualquer cidadão num momento aleatório torna-se em poucos minutos o assunto mais comentado do twitter.


Uma cena engraçada ou mesmo interessante logo após de ocorrida já abre margem para dezenas de gifs circulando por fóruns na rede. Uma dança, mesmo que despretensiosa, pode ganhar fama nas molhadas mãos de um jogador-celebridade ao comemorar seus gols…


E é justamente por conta desse dinamismo de informação que hoje conhecemos o rapper coreano PSY, ou melhor, o seu hit Gangnam Style, ou melhor, sua dancinha sem sentido.
 

veterano quando o assunto é música Pop, ele está no meio desde o ano 2000. Seu videoclipe com a famosa dança do cavalinho é o vídeo mais assistido do Youtube (visto por aproximadamente 1,4 bilhões de pessoas) e o fez faturar milhões pelo mundo.

Sua canção emplacou aqui em nossa terra outrora indígena quando tocada no programa humorístico Pânico na Band. Daí em diante foi uma surpreendente invasão completa nas rádios, nos canais de âmbito musical e inegavelmente como um meme por todas as redes sociais.

Admita, você já fez essa dancinha! Eu mesmo tenho um vídeo, que nunca será divulgado, falhando ao tentar fazer um Flash Mob com alguns colegas.

Até o cantor (?) Latino fez sua versão para o hit. E isso é uma honra, pois ele nunca imita nada. (HAHAHAHAHAHAHAHAHA)


Mas o que há de surpreendente na música ou em seu intérprete? Eu lhes respondo: Absolutamente NADA. Esse é mais um daqueles casos inexplicáveis, como os “fenômenos” de Ai Se Eu Te Pego, Faz Um Milagre Em Mim, Melô do Créu e outras porcarias que insistem em encher o nosso saco todo ano.


Falando especificamente sobre o PSY 6 (Six Rules) Part 1, último EP lançado desse já renomado cantor de K-Pop, porém descoberto em âmbito mundial apenas ano passado, que contém seu maior sucesso eu diria que não é nada de diferente ou inovador para a cena coreana, ou mesmo para a sonoridade eletrônica da Europa, visto que não se difere tanto de trabalhos de famosos DJs, como o David Guetta.


Já de início temos a confusa Blue Frog, com a participação do rapper G-Dragon, que até tem algumas colocações de guitarra interessantes, mas é apenas outra dessas canções de baladas meio Pop, meio Dance, meio Eletrônica com umas rimas em certos pontos. Igual a tudo que faz sucesso na música Pop.


Em seguida tem a grotesca Passionate Goodbye, que tem os refrãos cantados irritantemente pelo Sung Si-kyung. A impressão que a faixa passa é que eles são dois robôs que entrarão fazendo um tipo de performance bizarra dentro de uma bolha em uma balada eletrônica onde todos estarão envoltos por espuma e bêbados demais para entender o que se passa. É ruim demais.
 

Blue Frog
 


Passionate Goodbye
 


Justamente a única faixa do mini-álbum que não há nenhuma colaboração vocal foi a que explodiu. Gangnam Style é o mesmo que as anteriores, outra musiquinha de rave que não apresenta nada de inovador. É algo entre Psy Music e Rebolation com Dance e sei lá mais o que…


Gangnam Style
 


Em Year of 77 ele tem a colaboração do cantor Kim Jin Pyo e da dupla de rappers LeeSsang. Há uma aura de Hip Hop old school que, mesmo com o sample extremamente óbvio, consegue sobressair-se através de um refrão bem legal.

É a faixa que mais gostei. Infelizmente na seguinte, What would have been, tal coisa não ocorre. As narrativas em contrapartida dos vocais açucarados da cantora Pop Park Jung-hyun foi apenas uma repetição.

Isso ocorre em inúmeras canções da atualidade, que buscam somar o Hip Hop com o refrão de alguma cantora famosa.
 

Year of 77
 


What Would Have Been
 


Mas o meu maior susto, sem sombra de dúvidas foi com a música feita em parceria com a banda de K-Rock Yoon do Hyun, em Never Say Goodbye. Tudo começa com um dueto do Psy com o vocalista, Yoon, ao piano em uma baladinha Pop.


Então entra a banda e começa uma mistureba de rap com rock. Achei interessante até ai, o refrão é legal demais. Então caí em mim novamente quando voltaram ao piano e o Psy começou a narrar umas coisas esquisitas… É até engraçado de ouvir, tirando a inevitável vergonha alheia.
 

Never Say Goodbye
 


 


Enfim, até que ele se mostrou um cara bacana quando veio participar do carnaval em Salvador, cantando meio desorientado em um trio elétrico e interagindo bem nas matérias que fez com a (maravilhosa) Sabrina Sato.

Só nos resta mesmo esperar – ou não – pela segunda parte deste mini-álbum que muito provavelmente será lançado esse ano.