Após um tempo afastada da rádio, para infelicidade de todos, eu voltei e já trago uma matéria imperdível. Na Paraíso Otaku desta vez, traremos em discussão uma produção sensacional.

Esqueçam tudo o que entendem por “realidade”, pois esse longa metragem promete deixá-los tão confusos quanto o verdadeiro sexo de Haku, companheiro de Zabuza, em Naruto!

Para já iniciarmos bem, vejam a opening do filme escolhido, pois agora “é hora do maior espetáculo da terra”.

A sinopse…

Pois bem, agora que já descobriram o nome da produção (PAPRIKA! PAPRIKA! PAPRIKA!), vamos para uma pequena sinopse, apenas para entendermos melhor o contexto e as críticas.

O enredo baseia-se em uma nova criação tecnológica capaz de revolucionar o mundo da psicoterapia. Chamado de “DC Mini”, esse aparelho foi feito pelo inteligente Doutor Tokita e sua equipe, com a funcionalidade de fazer com que seu portador possa explorar os sonhos das pessoas (no caso seriam seus pacientes).

Com o poder de acessar e registrar todo o subconsciente dos humanos, esse invento acaba sendo roubado e utilizado, perversamente, para “invadir” as mentes de todo o mundo e “perturbar” as mesmas.

Enquanto uma estranha garota, chamada Paprika, utiliza um desses aparelhos para realizar um “tratamento secreto” com o policial Konakawa Toshimi, que busca resolver um caso de assassinato e acaba perturbado por isso, a doutora Atsuko Chiba corre contra o tempo para buscar uma solução para o roubo e os “estranhos acontecimentos”.

Informações Gerais

Paprika é um longa metragem com gênero de animação, dirigido por Satoshi Kon (mesmo de Perfect Blue, em 1997, Millenium Actress, em 2001 e Tokyo Godfathers, em 2003), com data de lançamento no ano de 2006.

Originado no Japão, o filme possui cerca de 90 minutos (1h e 30 min.) de duração e foi baseado em um romance feito por Yasutaka Tsutsui (mesmo criador de Toki wo Kakeru Shoujo), em 1993. Sua animação foi feita pelo estúdio Madhouse.

No roteiro trabalharam: Satoshi Kon, Seishi Minakami e, não podendo deixar de citar, o próprio autor do romance: Yasutaka Tsutui. Na produção temos o Masao Takiyama e Jungo Maruta.

Como responsáveis pela trilha sonora, fotografia e edição, respectivamente, foram: Susumu Hirasawa, Michiya Katou e Takeshi Seyama.

Seu elenco é composto por Megumi Hayashibara (fazendo a Doutora Atsuko Chiba), Tôru Furuya (no papel do Doutor Tokita), Kôichi Yamadera (dublando o médico Osanai Morio), Akio Ôtsuka (no papel do detetive policial Kogawa Toshimi) entre outros.

Com sua classificação indicativa “livre para todos os públicos”, Paprika foi indicado ao Leão de Ouro, no ano de 2006, durante o Festival de Veneza.

Opinião da redatora…

Bem, agora já devem estar imaginando, mais ou menos, como se dá a história de Paprika. Porém, vocês que ainda não viram, não fazem a menor idéia do quão complexo é este filme.

É possível perceber essa complexidade já de inicio, numa cena em que pensamos ser algo “normal”, mas que se revela ser um acontecimento fora da realidade. Toda a trama envolve elementos que exigem muita atenção e raciocínio.

É necessário que fiquemos atentos a todos os detalhes para que consigamos acompanhar e não nos encontrarmos confusos durante as transições do mundo real ao mundo dos sonhos e vice versa.

Como no filme “A Origem” (título brasileiro para: The Inception), todas as informações que aparecem não vêm “mastigadas” e para que você tenha o insight, eu repito: “atente-se a todos os detalhes”.

“A Origem” é um filme feito em 2010 e com fortes influências do filme abordado nesta matéria, que fora feito em 2006. Não seria certo dizer que é uma cópia de Paprika, mas o próprio Christopher Nolan admitiu ter se inspirado nele.

Em minha opinião? “A Origem” é uma quase perfeita cópia de Paprika. Porque “quase”? Porque o filme hollywoodiano baseia-se, fundamentalmente, na ação e, Paprika, envolve mais o psicológico.

p.S.: Digo por experiência própria, pois já assisti ambos os filmes e essa foi a única diferença que vi entre os dois.

Pois bem, voltando…

Vejam como é intrigante o fato de Paprika conseguir mostrar uma perfeita união entre a tecnologia e o mundo dos sonhos. É meio que, sei lá, algo sensacional de se ver. Pense bem em como seria se pudesse entrar no sonho de alguém e fazer tudo o que os sonhos permitem (ou seja: TUDO MESMO, até o impossível em nossa realidade).

Agora imagine também: E se a ciência, neste exato momento, está realmente pensando em ultrapassar os limites da imaginação? Seria muito louco, não acham? Aliás, justamente por abordar esse tema, Paprika torna-se uma verdadeira loucura.

Resumindo em duas palavras? Muito “crack”. Essa seria a definição É preciso que viaje por todo o enredo, junto aos personagens, para entender realmente o que se passa. É tudo muito maluco, até pra mim.

E ainda há algumas questões interessantes sobre Paprika: o longa metragem leva, dentro de si, várias adaptações de outros filmes e nos mostra muitas referências ao próprio Japão e suas culturas. Quem assistiu, ou futuramente assistir, poderá perceber do que eu falo. 

Mas, vamos concordar sobre uma coisa, mesmo que Paprika nos mostre diversos elementos loucos e considerados “impossíveis”, este nos remete a análises reais: Quando sonhamos, é fato que este sonho, em partes, é verdadeiro.

Como assim, bolinho? Bem, nunca pararam pra perceber que, às vezes quando sonhamos, mesmo que seja algo surreal, esse sonho é baseado em algo real? Em algo que você viveu e que, de alguma forma, te influenciou inconscientemente?

Pois é isto que ocorre em Paprika, muito mais visível no detetive, onde este possui sonhos com cenas de cinema, com um amigo o prendendo em uma jaula de circo, perseguindo alguém, entre outros.

Mesmo ele sendo o dono do sonho, não soube responder à Paprika o motivo do mesmo. O que ela consegue prever é que, inconscientemente, tudo aquilo tem alguma influência para ele.

Eita, olha eu já começando a dar spoiler… Melhor parar por aqui, pois senão acabarei revelando o final da trama. Se é que aquilo pode ser considerado como um “final”. Enfim, recomendo a todos e, se quiserem mais detalhes, peçam nos comentários que eu responderei.