A Summer Season começou oficialmente com muitas novidades para os otakus de plantão. Mas a Spring Season ainda não nos deixou oficialmente com alguns animes encerrando na semana que se passou.

A Hikari está aqui para destacar um anime em específico – assim como fez no trimestre passado com Boku Dake ga Inai Machi -. Esse anime em destaque que não causou tanto frenesi, mas que mexeu com os sentimentos deste redator é: Kiznaiver.

Destaco logo de início que o anime é do Studio Trigger (dos remanescentes do Gainax, Hiroyuki Imaishi e Masahiko Ohtsuka, que deixaram a casa em 2011). O estúdio ficou conhecido com o bom trabalho de Kill la Kill (2014). Com poucos trabalhos no portfólio a dupla e sua equipe investiu em um anime que fugisse um pouco da anormalidade do seu sucesso de dois anos e investisse em um drama sci-fi bem reflexivo.

Dirigido por Hiroshi Kobayashi, o anime teve 13 episódios é baseado no mangá de Roji Karegishi publicado pela Kadokawa Shoten e marcou por tratar de um tema super complexo e ótimo para análise: Amizade.

Vamos tratar da Amizade a partir de duas lições importantes deixadas pelo anime (faremos isso sem dar muito spoliers!):

 

(Mesmo dizendo que não no episódio 11, Honoka foi a que mais demorou em admitir que era feliz com seus amigos)

 

1. Amizades machucam, mas são necessárias:

Katsuhira Agata, Chidori Takashiro, Hajime Tenga, Nico Niiyama, Tsuguhito Yuta, Honoka Maki e Yoshiharu Hisomu são convocados (forçados) por Sonozaki Noriko para participarem de um experimento no subetrfúgio da cidade de Sugomori. Eles seriam ligados por meio de uma tecnologia (Kizna System) que os permitiria sentir as dores uns dos outros por toda às férias de verão.

O anime já nos passa a primeira lição de que as amizades podem machucar. Está certo que na ficção eles foram obrigados a compartilharem essa dor, mas na vida real quando se escolhe ter amigos é bom ter em mente que estamos escolhendo nos machucar. Como assim Saylon? Simples! A amizade existe para que compartilhemos com alguém que consideremos muito tudo o que sentimos, coisas boas ou ruins. Se um amigo está feliz, alegre-se com ele; se está triste, entristeça-se com ele. Essa é uma máxima muito comum e seguida por vários grupos de amigos.

Entretanto às vezes acabamos nos machucando com essas escolhas, e quem machuca a gente é que menos esperamos: o amigo. A amizade não é um relacionamento tão prático como os laços familiares, onde todos se aturam, e nem um relacionamento programado como nos romances (sim, construímos o amor, ele não nasce como todo mundo acredita!).

A amizade surge da convivência, da tolerância, da honestidade, da segurança, da humanidade que as pessoas transmitem entre si. Logo, mesmo machucando (como quase sempre ocorre ao menos que uma vez) elas são necessárias para a nossa construção como indivíduo social.

Então fica a lição: mesmo que às vezes as amizades nos provoque sentimentos desagradáveis devemos nutri-las, aimentá-las, pois são necessárias para nossa formação como seres humanos

 

(Os Kiznaivers são o exemplo perfeito de que com ou sem problemas a verdadeira amizade reina no fim)

 

2. O mais legal de ter Amigos é ser diferente deles:

Cada um dos setes kiznaiver (como eles eram chamados) tinham seus segredos, suas diferenças. A amizade se constrói somente nessas circustâncias. Todos nós temos que ser diferentes uns dos outros para que juntos aprendamos a conviver. Honoka Maki era uma garota de segredos que não desejava se aproximar de ninguém. Tudo porque tinha medo de se machucar; Chidori Sonozaki já era o oposto, pois se machucou muito pelo snetimento que nutria pelo amigo (e paixão) Katsuhira.

Hajime Tenga nunca teve amigos, mas desejava saber como era a sensação disso. Ele aprendeu a viver intensamente com as amizades. Tsuguhito Yuta buscava para si falsas amizades, amizades em que não sentiria dor. Percebeu que assim nunca conseguiria criar laços fortes e nem mesmo conquistar o coração de quem amava (a série Honoka). Nico Niiyama também tinha problemas com amizades. A jovem não sabia o que era o real significado da palavra por viver sempre afastada das pessoas, mas – assim como Tenga – buscou nos amigos se revelar de verdade para si e aos outros. O esquisito Yoshiharu Hisomu é o que menos problemas tinha com amizades. Ele só não conseguia fazê-los por ser muito estranho (amante do autoflagelo).

Todos eles, juntos de Katsuhira Agata, se completavam e atendiam uns as expectativas do outro. A amizade é um quebra-cabeças. A bela imagem só aparece se unirmos peças distintas e com peculiaridades para formá-la.

A lição deixada aqui é: não preciso ser como querem que eu seja para me sentir abraçado. Os verdadeiros amigos nos amam como somos. Eles não temem em se machucar por você, eles querem é te ver feliz, pois isso os deixa feliz.

 

 

Encerro a matéria dizendo que pensei em muita coisa para falar sobre o tema no anime, mas essa foi a primeira vez que um anime nem precisou que eu dissesse muito de sua mensagem: Amizades machucam, mas são necessárias Amigos são legais porque são diferentes! A mensagem já é clara no tema de abertura escolhido pelo estúdio.

"Lays your hands on me!" traduzido como "Ponha suas mãos em mim!" é um eletro music sensacional do grupo nipônico BOOM BOOM SATELITES e que casa perfeitamente bem com a noção de amizade aqui apresentada. Devemos nos apoiar uns nos outros e darmos ar mãos para enfrentar o futuro, seja ele como for.

Fique com o clipe short version da openning e até a próxima! Sayonara!