Sim, esta matéria está um pouco atrasada, mas eu não poderia deixar de dar meus pitacos.
É interessante analisar as opiniões de alguns dos críticos cinematográficos de internet em relação a filmes de heróis. Se por um lado renegam hiperproduções onde o foco está mais nas cenas de ação e batalhas, como Os Vingadores e todos na franquia Transformers, alegando que são apenas embustes criados para a venda de produtos escolares, bonecos e figurinhas de chiclete, sendo produções verdadeiramente aproveitáveis apenas aquelas em que há todo um tom obscuro e dramático em relação ao protagonista, como em Batman – O Cavaleiro das Trevas, por outro, deixam cair tal teoria por terra ao também renegar todo e qualquer longa que mostre o gênesis dos personagens.
Por conta disso, algumas grandes produções são colocadas em uma lista besta de “filmes ruins” e tal verdade acaba se tornando absoluta, fazendo com que o próprio primeiro filme da trilogia do Batman acabe sendo ignorado, assim como Thor e Capitão América – O Primeiro Vingador.
E o meu post é exatamente sobre este último, mas dessa vez em seu segundo filme. A propósito, se você ainda não o assistiu, recomendo que pare de ler aqui, visto os spoilers que virão a seguir.
Primeiramente, gostaria de enfatizar que não faço parte dessa trupe de críticos “especializaaaaados”. Sou um mero nerd lunático fã de HQs. Sei que cada um desses filmes tem uma proposta de público e, quando bem produzidos, conseguem ser muito bons sem precisarem ser cults.
Devo dizer que fiquei surpreso ao assistir há algumas semanas no cinema Capitão América – O Soldado Invernal. Conseguiram transportar ao universo pós-invasão de Loki toda uma dramaticidade política por conta da invasão da HYDRA nos confins da SHIELD, fazendo com que desconfiássemos de praticamente todos os personagens ali presentes, incluindo os próprios coronel Nick Fury e a gostosíssima Viúva Negra.
Isso apenas no início, por conta da cena onde a mesma detinha uma missão diferente da do grupo liderado pelo capitão Rogers.
E falando nela, é incrível ver o lado mais humano dessa heroína retratado no filme. Toda a zoação com o Capitão América, o “par” formado por eles contra tudo aquilo que ocorreu na estória. Contudo, ainda ficou espaço para o mistério perante a sua pessoa.
Quais serão as informações vazadas dela na internet? Quem é Natasha Romanoff? Fica para um próximo filme, só dela, eu espero…
O lado mais humano do Capitão América também foi explorado brilhantemente. Colocá-lo em um conflito pessoal, querer saber se se encaixa naquele novo mundo após tanto tempo congelado, a dificuldade em fazer novos amigos, ter que se esforçar para enfrentar os inimigos humanos armados… Tudo perfeito.
Infelizmente, na sala onde assisti o filme, mesmo dublado, não teve versão do bloquinho de dicas do que ele havia perdido que comentaram aqui do Brasil. Foi a mesma adaptação dos EUA, pena.
Só achei caído mesmo o fato do vilão no título, o Soldado Invernal, não ter sido realmente explorado.
Legal ele ser o amigo do Steve, resultado de uma experiência e convertido em uma arma, mas ele acabou sendo um mero peão no contexto todo.
Melhores cenas
O momento onde os agentes da SHIELD/HYDRA começam a ocupar o mesmo elevador do Capitão América para capturá-lo resultou na melhor cena do filme. Uma luta muito bem coreografada, com um cenário estupendo, inúmeras variáveis dificultado a vitória dele – como as algemas magnéticas e mesmo a quantidade de pessoal – e o final doentio onde ele pula todos aqueles andares. Espetacular.
Outra boa parte foi quando a Viúva Negra aparece com o pendrive no hospital, enganando-o. Uma cena gostosa e bacana de se assistir.
E uma menção especial à fuga do Fury no carro. Mais algo ótimo a agregar na produção.
Piores cenas
Achei completamente desnecessário colocar uma luta corpo a corpo contra um lutador de MMA logo no início. Se no filme inteiro iria imperar uma aura mais madura, pra que mesmo colocar uma medição de pênis assim de cara? Muito fora do contexto.
Outra horrível cena foi no ápice do filme. Era mesmo necessário esperar até o final da contagem para que o Rogers impedisse a execução da arma? Teria sido um tanto mais interessante se de fato o aparelho entrasse em funcionamento, dando mais trabalho aos heróis, ou pelo menos ele ter acabado com aquilo antes. Previsível demais.
Por fim, achei o filme diferentemente bom. O ritmo foi muito bem elaborado, as assombrações nos personagens foram bem interpretadas, o clima de longa de ação mais maduro, mas ainda assim sendo de super-herói, foi ridiculamente incrível.
É o melhor filme da Marvel já feito pela Disney e um dos melhores de HQs que eu já assisti.