Com o final de 2014 – que passou ridiculamente rápido, visto as inúmeras coisas que ocorreram, como eleições, Copa do Mundo, Olimpíadas de Inverno e meu debut na faculdade -, um sem número de sites começarão a soltar suas listas de melhores e piores do ano. A propósito, alguns já se adiantaram, como o da Billboard, da Rolling Stone, o do YouTube, da VEVO, do Twitter e o próprio Facebook.
Tendo isso em mente, decidi montar uma miúda lista aqui no Na Lupa com os cinco piores singles femininos do K-Pop que foram lançados esse ano.
Não que essas tenham mesmo sido as piores dentro do cenário Pop da Coréia, visto que alguns artistas que não são tão conhecidos do grande público debutaram e retornaram com verdadeiras pérolas do mau gosto.
Porém, preferi focar em grandes produções do mainstream, que tem muitos fãs e pessoas que os superestimam, mas que, ou decepcionaram, visto já terem lançado coisas melhores, ou apenas refletiram a musicalidade drasticamente fraca que já apresentavam antes.
Vamos lá?
2NE1 – Gotta Be You
Poucos girl groups são tão superestimados quanto esse quarteto – cujos álbuns em coreano e japonês eu analisei aqui e aqui -, mas em Gotta Be You é como se os produtores da CL e cia. evidenciassem o desespero de tornar o som dessas meninas algo “internacionalmente acessível”.
Há todos os tipos de modas e fórmulas pré-fabricadas para atingir desde um público mais teen/infantil até aqueles que gostam de se achar mais descolados e “porra loucas”: Trap, mid-tempo, Dance, vocalizes desenfreados, batidas baladescas. Não me surpreenderia se o PSY (se lembram dele?) saísse de uma parede no clipe e começasse a dançar…
SISTAR – Touch my Body
Independente de prêmios levados, esse ano não foi musicalmente bom para as meninas do SISTAR. Nada se salva em Touch My Body. Esse single extremamente mastigado não conteve absolutamente nada de novo, não acrescentou em nada ao cenário e o que foi utilizado de suas “inspirações” apenas o deixou com cara de plágio mal feito.
Foi óbvio demais colocar instrumentos de sopro, visto a popularidade disso em singles de nomes como Ariana Grande, Macklemore e Ryan Lewis, Jason vou ali vomitar Derulo etc. Brega demais, acessível demais, interessante de menos.
Red Velvet – Happiness
Esse também foi um ano bem estranho para a SM Entertainment. Inúmeros acontecimentos fizeram com que os fãs dos grupos da empresa reclamassem e temessem por um final ruim para seus membros, até enfatizando que esse seria o “começo do fim” para a produtora. Tudo bem, esse exagero todo é uma bobagem, mas é preciso aceitar alguns graves erros cometidos por eles esse ano. Um deles foi a medida desesperada de substituição ocorrida com a brusca parada na divulgação do ótimo álbum da banda F(x) – resenhado aqui – por conta de problemas de saúde de uma das componentes, debutando o grupo Red Velvet.
Tudo bem que as meninas são bem bonitas, simpáticas, aparentemente talentosas e esforçadas e que podem dar certo caso bem produzidas – como visto no sensacional videoclipe de Be Natural -, mas escolher a patética Happiness para jogá-las no mercado foi um erro grotesco. A canção é uma bagunça detestável, assim como seu MV. É uma mistura de ritmos tão tosca que chega a me dar nos nervos.
Imaginem uma canção que começa parecendo a trilha sonora do Rei Leão, depois se assimila ao que seria o resultado de um desenho animado da Shakira, migrando então para um clima “boate” que em nada faz sentido, some isso a vocais estridentemente altos, um agudo ensurdecedor no que seria o clímax da faixa e então fiquem se perguntando se o som foi cortado, pois a canção acaba do nada. Essa é Happiness.
Girls’ Generation-TTS – Holler
E então os erros da SMTWON continuam. Depois da demissão mal explicada da Jessica no SNSD, resolveram ter a pachorra de lançar mais um EP da sub unidade sem personalidade do grupo.
Holler deveria ter um ar vintage e orgânico, mas falha miseravelmente ao parecer exatamente com quase todas as canções que deveriam ter um ar vintage e orgânico esse ano – e foram muitas, acreditem.
Não há nada de impressionante, apenas um sensação de que esqueceram de terminar a produção canção antes de colocá-la a venda. É difícil entender o motivo dessas três não aproveitarem que são uma sub-unidade e mergulharem em sonoridades mais arriscadas, como o Orange Caramell, por exemplo. Em vez disso, se mantém as mais previsíveis possíveis. Lamentável.
Girls’ Day – Darling
Eu não disse que haviam outras canções tentando soar vintages e orgânicas? Pois é, mas essa conseguiu ser ainda pior. Embora, aqui sim, tenhamos uma canção realmente terminada e completamente produzida, não há como levar a sério os vocais sonolentos das meninas do Girls’ Day.
Toda a aura classic/pop que poderia ser muito bem explorada e se tornar realmente interessante em Darling é estragada pela péssima interpretação de karaokê do quarteto, causando apenas bocejos naqueles que as escutam e assistem.
Entretanto, não se espantem ou chateiem, pois nem só de coisas ruins 2014 foi escrito. Em breve, algumas outras listas irão pintar aqui na JH. Até lá!