“Estranha”, “vulgar”, ”enganadora”, “vive da imagem”, “sub-celebridade do pop coreano”… Esses e outros adjetivos são muito usados por que acompanha a indústria do K-Pop ao se referirem a Hyuna em sua carreira solo. É fácil encontrar em alguns sites resenhas, textos, vídeos e o caralho a quatro evidenciando o seu uso de Playback, bases pré-gravadas e tudo mais, tanto sozinha quanto acompanhada de sua banda 4minute ou no duo Trouble Maker.
Entretanto, o que justamente falta nesses sites é o discernimento de reconhecer o que de bom há na tão conhecida ex-Wonder Girls: boa música Pop. Coisa que, pela primeira vez, ela conseguiu fazer sozinha.
Em seu mais novo EP, A Talk, é ainda mais perceptível o esforço para dar a rapper/cantora um ar ainda mais urban que em seus trabalhos anteriores. Talvez por isso ele não caia de maneira nenhuma no limbo de qualidade duvidosa dos seus antecessores. É quase como um dedo do meio para tudo e todos. “The Bitch is Back!” – mas no bom sentido.
A empreitada tem seu início numa intro homônima muito legal que, assim como as faixas, Frech Kiss e Black List, é dotada de sonoridades “das ruas”. Se assemelham muito a trabalhos produzidos pelo Timbaland, que poderiam ser gravadas por nomes como Justin Timberlake, Nelly Furtado, Ciara, Beyoncé…
Já Red, que é usada como smash single e tem um videoclipe divertidíssimo, é uma faixa grudenta, pra cima, com uma letra ousada. Há uma referência a um ditado coreano sobre uma fruta ser vermelha e ser gostosa, logo, Hyuna está de vermelho e é igualmente deliciosa.
Há uma ótima métrica, harmonias e uso adequado do Hip Hop. Fora a coreografia super legal – tem como não rir com a tremidinha no bumbum logo no final ao maior estilo É o Tchan!?
Por fim, From When and Until When tem toda a aura de canções de R&B moderno, apenas somando em sua proposta ao álbum.
Com esse novo mini-álbum, Hyuna finalmente mostra em suas canções próprias o brilho que lhe é atribuído em todos os seus outros trabalhos e colaborações. É surpreendente, coerente, bem feito, chiclete…