Tenho que confessar que eu estava meio decepcionado com a cena de K-Pop esse ano. Após o lançamento do incrível I Got a Boy, das Girls’ Generation, nada de bom veio agraciar meus ouvidos.

Inclusive teve muita coisa ruim, como um já comentado álbum do SHINee (em suas duas agoniantes partes), Teen Top, Infinite e outros que merecem mesmo é entrar para o limbo do esquecimento. Mas a alegria voltou para mim há um tempinho atrás, quando dei uma conferida em alguns novos lançamentos que, junto com as SNSD, salvaram esse primeiro semestre de um desastre total.

Por isso, decidi dedicar essa matéria para os novos mini-álbuns, que tem feito um barulho bem legal tanto nos charts quanto em meu alegre coração (sou fofo também).

Lc9 – Skirmish

Aqui vai uma dica de amigo, fiquem de olho nessa nova boy band. Tudo bem que tem aquilo deles terem sido treinados e milimetricamente moldados pela sua gravadora, a Nega Network (mesma responsável pelo ~sucesso~ da nauseante banda Brown Eyed Girls) o que pode ser notado na assustadoras fotos ao lado.

Mas isso tudo é recompensado com o fato deles fazerem um puta som, original e que se destaca em meio a tantas sonoridades idênticas de bandas masculinas no pop coreano.

Os League of Competition conseguiram fazer uma puxada legal com Hip Hop, Rap old school, Dubstep, Techno e, vejam só, música latina em seu EP de debut.

O vocal contido no início da faixa de abertura que leva o nome do míni-álbum, Skirmish, possui a pegada ideal para a música, que vai crescendo ao ter continuidade, sendo um ótimo Hip Hop.

O toque malicioso que eles conseguiram já de início com essa mescla latina já da sinal verde para a competência e diferença que esse trabalho fará se comparado a outros no meio.

O loop de Mamma Beat já valeria por toda a música, mas esta possui rimas tão legais e um refrão tão bom que valeu a pena ter sido colocada como música de divulgação. A propósito, esse foi um dos videoclipes mais inusitados que já assisti esse ano.

Eles conseguiram aperfeiçoar o que os caras do BAP tentaram, colocando briga de rua em vez de apenas mais um vídeo igual de caras dançando, só que de uma forma mais contagiante. O ambiente se assemelha a videogames de luta, a coreografia é bastante bem feita e casou perfeitamente com o sample da música.

Há também a participação da cantora Ga-In, por ser colega de gravadora deve ter sido colocada para trazer mais visibilidade ao debut, entretanto não acho que a parte dela se fez necessária, mas de forma alguma atrapalha. É inevitável não ficar com a fala “Mamma Beat” na cabeça.

Infelizmente, o exagero de gritos na balada Hold On a fizeram ser um desperdício em meio a outras faixas tão legais, mesmo sendo a que mais possui influências latinas em sua construção. Mas a coisa volta ao alto nível em Ready Set Go, cujo os efeitos se assemelham a antigos jogos eletrônicos e as boas frases de rap fazem ser um final ótimo para um primeiro trabalho.

MaMa BeaT (videoclipe)



Skirmish (álbum na íntegra)



Nine Muses – Wild

Essas garotas conseguiram o que muitas cantoras tentam, mas falham: serem sensuais sem baixaria e vulgaridade e fazer boa música ao mesmo tempo. Confesso que o grupo nunca me chamou atenção com seu som, mas tudo muda nesse comeback.

No EP Wild, elas mostram que estão inteiradas no tipo de música pop eletrônica que faz sucesso pelo mundo, mas acrescentam um sutil R&b que faz toda a diferença na sonoridade, vocal e instrumental.

A intro Spotlights é bem bacana e divertida, um interessante começo para o que virá na faixa de trabalho, Wild. Essa foi uma ótima escolha para a cara do álbum, um Pop Eletrônico bem coerente e elaborado, com um refrão permissivo para o vocal das garotas, também agraciado pelas rimas bem colocadas na canção.

O videoclipe prova bem o que eu disse sobre sensualidade. Há uma aura elegante nos movimentos das meninas, com um efeito provocativo ao usarem o preto e branco com detalhes vermelhos. Garanto que agrada não só aos ouvidos, mas aos olhos (ô se agrada). E sugiro que prestem bastante atenção nos pianos ao fim da música, é um toque mágico que só a elevou mais de patamar.

Apesar de Action não apresentar em sua construção nada que a diferencia de qualquer outro Pop Dance atual, é uma divertida continuação para uma faixa forte como Wild, não deixando o clima animado cair, só por isso sendo salva do completo esquecimento.

A boa balada Paper Scraps me alegra ao saber que há girl bands que não se afogam em gritos, escolhendo mostrar o lado suave de seus vocais, apenas uma boa música. Assim como a minha canção favorita do mini-álbum, a espetacular Living Person.

Nela há uma maliciosa pegada de RnB, com um refrão ridiculamente bom, um sample insanamente significativo e efeitos sonoros bem colocados (gotas, estalos etc.) além de um rap feito juntamente ao som da guitarra, com um ótimo balanço…

Wild (videoclipe)



Wild (álbum na íntegra)



4minute – Name is a 4Minute

É fato que, se hoje há um grupo que pode se equiparar as Girls’ Generation, seja em repertório, imagem, dança e carisma, esse é o 4minute. Já com vários trabalhos em seu currículo, essas meninas mostram em seu novo EP de comeback aos trabalhos coreanos que conseguem sempre se reinventar, trazendo uma sonoridade bem legal e se livrando de rótulos colocados.

E também que juntas conseguem ser melhores que qualquer tentativa musical que possam querer separadas (alguém avise isso pra HyuNa).

Em Name Is a 4Minute, o quinteto mostra uma faceta mais urbana, apostando a temática em street, cores fortes e dança. Isso regado as ótimas quatro dançantes faixas contidas no mini-álbum. Já começando pela intro, que tem uma linha vocal bem legal no que poderia ser um refrão, seria uma ótima faixa, pena ser apenas uma introdução, embora esmagadora. 

What’s Your Name? é a canção de trabalho e a constatação de que a empreitada de dar mais ênfase ao Hip Hop foi uma ideia genial. Embora em alguns momentos os efeitos ao longo da música tenham chamado mais atenção que os próprios vocais, não considero isso algo ruim, pois os mesmos deram o efeito dançante à essa ótima música. Inclusive, escolherem usar zumbis e um tom meio cômico no videoclipe foi uma jogada e tanto, já que surpreender em vídeos é algo não tão comum no momento.

Digo que Whatever veio inspirada do mesmo lugar que pensaram I Got a Boy, do SNSD, pois não acho que seja um plágio, visto que variar o andamento algumas vezes durante a canção é algo já antigo e que deu certo para ambas as faixas.

É um ótimo balanço com Rap, assim também em Gimme That, que tem fortes influências do Hip Hop old school dos EUA, com um refrão fácil, porém forte e divertido. E ambas apresentam uma construção vocal bem legal, mostrando o melhor dessas meninas. Duas notas dez para elas.

A única faixa que tem uma pegada Pop é Domino, mas ainda com o estilo nigga de ser. Reparem que há violinos ao fundo que fazem uma agradável diferença, enriquecendo ainda mais a faixa. Um final brilhante para um comeback inusitado e espetacular.

What’s Your Name? (videoclipe)



Name is a 4minute (álbum na íntegra)



Vamos torcer para que os próximos lançamentos no cenário do K-Pop venham nessa mesma linha surpreendente desses três, pois ambos mostraram-se como pimentas em um momento sonso desse meio, onde há uma grande exposição internacional fazendo um barulho desnecessário para lançamentos fracos e monótonos, em que nada acrescentam na música pop mundial.

Sugiro que vocês, meus amados leitores e frequentadores da Rádio J-Hero, escutem cada faixa de cada álbum e avaliem o que lhes foi colocado, abram um pouco a mente para o meio musical. Há muita coisa boa por ai, tirem suas conclusões.

O que acharam? Gostaram, odiaram? Estou bonzinho demais?

Deixem suas dúvidas, comentários e sugestões aqui em baixo, fazem muita diferença não só para mim, mas para todos que aqui escrevem.

Um abraço, até semana que vem.