Olá pessoas esse é mais um vídeo… Não, “pera”! Kushina aqui de volta falando de um manhwa pela primeira vez em todos esses anos nessa indústria vital.

Estava eu no meu Facebook feliz e contente, mas eu não parava de ver imagens de memes ou referências à essa obra. E a curiosidade foi tão grande que eu tive que pesquisar e ler.

E eu vou dizer o que eu esperava: uma história do gênero Boys Love, como todas as outras. Mas isso não foi o que eu encontrei na obra.

Killing Stalking é um manhwa (mangá coreano) escrito por Koogi de uma forma realmente brilhante. A obra possui duas temporadas, num total de 35 capítulos e prólogo. Todos os capítulos são extremamente bem trabalhados, de uma maneira que você realmente se sente assistindo um episódio de anime, pois a autora capricha na descrição dos elementos sonoros e na demonstração de movimento nas cenas dos quadrinhos.

Logo no início nós somos apresentados a Yoonbum, que é um rapaz estranho, introspectivo e sem graça (até ele mesmo acha isso) que acaba criando uma paixonite platônica por Sangwoo que é exatamente o contrário: um cara popular e bonitão que vive cercado de atenção tanto de mulheres como de homens que o querem como amigo.

Quando os dois acidentalmente se esbarram no exército acaba que Sangwoo salva Yoonbum do assédio que ele sofria por parte de seus superiores e aquela observação de Yoonbum passa a ser uma paixão. Cabe ressaltar que o Sangwoo realmente não se importa em nada com o Yoonbum e eles não se tornam amigos.

Quando sai do exército Yoonbum, que claramente não tem a cabeça no lugar, se torna um stalker em nível absurdo. Yoonbum descobre toda a rotina do Sangwoo e onde ele mora e seu passatempo passa a ser tentar descobrir qual é o código de segurança para entrar na casa do rapaz.

Ele dá uma de CSI e usa um truque com talco – ou coisa assim – para saber quais os botões que tinham sido apertados no painel e escreve TODAS as combinações possíveis (tem que ser muito louco mesmo) para conseguir abrir a porta e todos os dias tenta algumas. Quem entende de probabilidade e arranjos sabe que, algum dia, ele iria conseguir descobrir o código.

Mas seria melhor não dar uma de detetive e entrar naquela casa, porque quando ele finalmente consegue ele descobre que o Sangwoo é mais do que o cara bonitão e popular que ele parece ser. Sangwoo é um psicopata, alguém absurdamente violento e com problemas psiquiátricos realmente bem graves.

Qualquer pessoa em sã consciência teria dito “então, migo… Não vai rolar mais, mudei de ideia. Tchau e bons homicídios pra você aí”. Mas o Yoonbum é um personagem de tão baixa estima e tão idiota que ele basicamente continua se sentindo apaixonado pelo Sangwoo, não importa o que ele faça.

E a leitura do manhwa fica um dilema moral para o leitor: se eu gostar e começar a shippar os dois eu claramente tenho problemas, mas a Koogi te conduz a começar a ver um lado bom no Sangwoo.

Com certeza a história se classifica como um Yaoi já que temos um relacionamento entre dois rapazes e que passam para a esfera de um relacionamento sexual e tudo o mais. Mas Killing Stalking é bem mais do que um Yaoi padrão.

Para começar não é focado no romance, mas sim no suspense de ficar imaginando como eles vão agir em seguida. E mais do que isso: qualquer um que já viveu um relacionamento abusivo vai se enxergar no lugar do besta do Yoonbum de vez em quando.

Mas as personalidades são bem exageradas. O Sangwoo não é só um dominador, ele é abusivo e um assassino serial. O Yoonbum não é apenas um submisso, ele é alguém acostumado a sofrer violência e abuso e que não tem nenhuma estima por si mesmo.

É uma obra curiosa. É profunda em seu desenvolvimento e te faz pensar em um monte de coisas, afinal ninguém quer ser nenhum dos personagens principais por diversas razões.

Eu acho que a obra é sensacional e merece que vocês deem uma conferida. E mesmo quem não se atrai pelo gênero Yaoi e Boys Love eu acredito que consegue curtir o enredo muito bem, porque não é um romancinho entre meninos.

Falei muito e ainda assim não disse nada sobre o essencial da história. Tudo o que eu disse em termos de desenvolvimento da história mesmo se passa nos dois ou três primeiros capítulos e a Koogi não enche linguiça e nem brinca em serviço, então recomendo que vocês deem uma olhada.

Eu li o manhwa todo em inglês, porque a tradução que encontrei estava mais para uma adaptação e não para tradução literal. Mas os textos são bem curtos então mesmo que o seu inglês esteja enferrujado não é nada que um dicionário ou Google Tradutor não resolva.

Então é isso, pessoal. Espero que vocês curtam a leitura e logo mais eu volto por aqui!